quarta-feira, 8 de setembro de 2010

“Vivo, sou militante. Detesto quem não toma partido, quem é indiferente”

Por Júnior Miranda
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O que dizer de pessoas indiferentes com a causa das crianças, das mulheres, dos idosos, abandonados, violentados, desrespeitados em seus direitos?
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O que dizer de pessoas indiferentes com as causas ambientais, que não se preocupam com o seu próprio habitat, que estão pouco se lixando com a limpeza, com o bem-estar em sua cidade?
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O que dizer de pessoas que preferem assistir e votar num Big Brother ao invés de conhecer as propostas e votar nos candidatos que poderão governar seu Município, Estado, ou país?
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Geralmente, são esses tipos de pessoas “indiferentes” que mais reclamam da vida, de tudo e de todos, e que se acomodam no exercício de sua cidadania, a qual deveria ser participativa.
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Alguns poderão dizer: “eu já pago impostos, já estou fazendo minha parte”; Ou então, “as coisas não vão mudar mesmo, eu não posso fazer nada”; Ou ainda, “os políticos são todos iguais, não adianta”.
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É justamente esse tipo de posicionamento que contribui para a perpetuação de mazelas na sociedade, como a corrupção, a pobreza, a violência, o desrespeito ao meio ambiente, a alienação midiática, o preconceito, etc.
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Ser indiferente com as situações que afligem as nossas comunidades é ser covarde consigo próprio. É viver na “escuridão” da consciência. É negar-se como ser humano.
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Ainda pior que ser um cidadão indiferente e acomodado, é acusar aqueles cidadãos que se posicionam ideológica-politicamente como radicais, alienados, babões, e outros termos com vieses pejorativos.
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É lógico, porém, que não podemos petrificar, cristalizar as nossas ideias, elas precisam ser confrontadas com outras ideias, e assim aperfeiçoá-las sempre para o bem comum.
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Todavia, o desprezo pela militância, seja qual for a área de atuação – saúde, meio ambiente, educação, política partidária, meios de comunicação, crianças e adolescentes, idosos, homossexuais, etc. – demonstra, no mínimo, a perda da identidade de ser humano como animal político por natureza, como afirmava o filósofo Aristóteles.
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Para que não percamos essa identidade política inerente do ser humano, reflitamos as seguintes frases de outro filósofo, o italiano Antonio Gramsci: “Odeio os indiferentes, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. [...] Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes

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