terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O terremoto dos terremotos!

Por Cezar Miranda.

O terremoto que atingiu o Haiti no começo do ano causou muita comoção e um sentimento de generosidade na população mundial perante o nível de destruição causado pelo tremor de 7 graus na Escala Richter.

É inegável o estrago e a devastação causado após este fenômeno natural. É preciso que, os chefes de Estado, Organizações Internacionais, Entidades, Igrejas, em fim... É necessário a mobilização de todos para que esse país seja reconstruido e seu povo volte a ter esperança e força de vontade para vencer os obstáculos que os esperam.


Mas, um outro terremoto vem causando estrago a muito tempo e nenhuma nação se deu conta disso, ou fecharam os olhos diante a situação. É o terromoto da fome, da pobreza, do analfabetismo que atinge 52,9% da população. Tudo isso fruto do colonialismo do sistema mercantilista da Idade Moderna, que explorou e escravizou as riquezas e as pessoas engordando assim o caixa da metrópole, no caso a frança.

Um País de 9 milhões de habitantes, onde o seu índice de Desenvolvimento Humano (IDH) relativo a 2008 apareceu na posição 148ª, sendo a nação mais pobre das Américas. Foi ainda um dos países mais atingidos pelas altas recentes nos preços dos alimentos por todo o mundo, gerando ainda mais instabilidade para aquele povo, onde a maioria da população vive a baixo da linha da pobreza.

Aí fica a pergunta. Porque só agora perceberam que o Haiti precisa de ajuda? Será que foi preciso um desastre natural para as nações mais ricas perceberem isso. Porque ao invés de explorarem não ajudaram com medidas estruturantes aquela nação? Será que esse sentimento de humanidade em relação aquele povo é só para se passar por bonzinho e cumprir o protocolo? São perguntas que devem ser feitas.

Esperemos que as hipocrisias sejam deixadas de lado. E a ajuda que é preciso não seja dada só em momentos de catástrofes com doações que, ao passar do tempo acabarão, mas sim com medidas econômicas, de inclusão social, de distribuição de renda, do acesso a saúde, cultura e educação. Para que o Haiti – apesar do estado que se encontra – possa realmente conseguir, mesmo que aos poucos, sua estabilidade e
autoestima para sair do caos em que está mergulhado.

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